O novo treinador do English Team, Thomas Tuchel, chegou chegando: venceu e convenceu.
Foto: https://www.skysports.com/football/news/12016/13234541/thomas-tuchel-england-can-reach-higher-gear-and-achieve-target-of-winning-world-cup
A seleção da Inglaterra, que já vinha sendo comandada pelo inglês Gareth Southgate desde 2016, após perder a Euro 2024, ano passado, finalmente decidiu fazer uma troca de treinadores. Liberando Southgate, que nunca realmente convenceu o telespectador - mas bom lembrar, ele levou a Inglaterra à duas finais da Euro -, a FA tomou a ousada decisão de contratar o alemão Thomas Tuchel. Ousada pois ele é apenas o terceiro gringo a assumir a posição de técnico do English Team - depois do sueco Sven-Goran Eriksson (2001-2006) e o italiano Fabio Capello (2007-2012).
De início, a contratação gerou dúvidas entre a torcida inglesa, mas após os dois primeiros jogos com Tuchel certamente algumas dessas questões já foram deixadas de lado. Um futebol muito mais ofensivo, tático e volumoso em comparação ao estilo que era praticado com Southgate. Sim, as partidas foram pelas Eliminatórias da Copa do Mundo contra adversários de baixo nível, mas ainda assim a torcida e a imprensa inglesa ficaram agradadas com o que viram. Abaixo, um resumo dos jogos.
Resultados e vista tática
Dando início às eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, a Inglaterra venceu a Albânia por 2x0 com gols do jovem lateral Lewis-Skelly e do capitão Harry Kane. Na segunda partida os ingleses venceram jogando ainda melhor, goleando a Letônia por 3x0 (gols de Reece James, Harry Kane e Ebere Eze).
Do início do jogo contra a Albânia ao final da vitória contra a Letônia, o plano de jogo foi claro. Um 4-1-4-1 parecido com uma espécie de pirâmide invertida e com o sistema que Pep Guardiola desenvolveu nos tempos de Barcelona e aprimorou nos seus cinco primeiros anos de Manchester City, com os laterais e os zagueiros cercando a figura central - o volante, que no caso dos ingleses é o Declan Rice. Bastante mudança de posição, que por sinal foi feita com muita naturalidade pelos atletas. Ideia esta que também foi retirada do 'Futebol Total', criado por Rinus Michels e revolucionado por Cruyff e Guardiola - também vista de forma bem mais rasa porém ainda instrucional na série estadunidense "Ted Lasso". A fluência que os jogadores conseguiram se adaptar ao estilo de jogo mesmo com pouquíssimo tempo de trabalho do novo técnico são admiráveis e definitivamente algo a ficar de olho nas próximas partidas.
O trabalho anterior de Tuchel na Inglaterra preocupava o torcedor comum da seleção. Sim, campeão da UEFA Champions League pelo Chelsea, mas em seus anos/meses finais, a equipe tinha cada vez menos a cara do que o técnico alemão já teve em seus tempos de Borussia Dortmund. Jogando com três zagueiros, dois laterais e dois volantes, o Chelsea mal conseguia sair do campo de defesa, quem dirá dominar um adversário superior. Seu início na seleção nacional derruba qualquer crítica, afinal, ele dá indícios de que quer praticar o futebol ofensivo e vistoso que o torcedor quer assistir - tudo o que Gareth Southgate, em 8 anos no comando, não conseguiu oferecer.